A artroscopia do pé e tornozelo é um procedimento cirúrgico minimamente invasivo que permite ao cirurgião visualizar e tratar as articulações da região. Primeiramente, insere-se uma câmera e instrumentos cirúrgicos miniaturizados na articulação. A câmera transmite imagens em alta definição para um monitor, assim, o cirurgião consegue visualizar a articulação com detalhes. Utilizamos os instrumentos cirúrgicos para realizar procedimentos como limpeza, reparo de lesões e remoção de tecido danificado.
Frequentemente, médicos utilizam a artroscopia para tratar lesões traumáticas, como fraturas, luxações e lesões ligamentares. Além disso, ela pode tratar condições crônicas, incluindo artrite, tendinite e bursite. Em cidades como Joinville, Blumenau, Camboriú, Florianópolis, Chapecó, Ponta Grossa e Cascavel, este procedimento é uma opção importante.
Vantagens da Artroscopia
Os benefícios da artroscopia do pé e tornozelo incluem:
- Recuperação mais rápida: O período de recuperação costuma ser mais curto do que na cirurgia aberta.
- Menor risco de infecção: por ser um procedimento menos invasivo, o risco de infecção é reduzido.
- Melhores resultados estéticos: A artroscopia deixa cicatrizes menores em comparação com a cirurgia aberta.
Escolhendo um Cirurgião Qualificado
Portanto, para escolher um cirurgião de pé e tornozelo, siga estes passos:
- Pesquise: Peça recomendações a amigos, familiares ou médicos. Busque online por cirurgiões em sua área com experiência em artroscopia do pé e tornozelo.
- Faça uma consulta: pergunte ao cirurgião sobre sua experiência na área e os resultados esperados. Certamente, compreenda os riscos e benefícios da cirurgia.
- Obtenha uma segunda opinião: caso necessário, se não tiver certeza sobre o melhor curso de ação, peça a outro cirurgião para dar uma opinião.
A artroscopia do pé e tornozelo pode restaurar a função e a mobilidade da região. Assim, ao escolher um cirurgião qualificado e seguir as instruções de recuperação, você aumenta suas chances de um resultado bem-sucedido.
Artroscopia do Pé e Tornozelo: Definição e Aplicações
A artroscopia é uma ferramenta muito útil para o diagnóstico e tratamento de lesões ao redor do tornozelo e do pé. As técnicas e materiais utilizados na artroscopia do tornozelo apresentam um contínuo avanço, possibilitando melhor visualização, precisão e desempenho durante o procedimento. Consequentemente, há uma considerável redução da morbidade e a recuperação pós-operatória é mais rápida.
As vantagens deste procedimento minimamente invasivo incluem a visualização direta de todas as estruturas intra-articulares sem a necessidade de osteotomias ou acessos extensos. Além disso, oferece melhor avaliação da superfície articular, sinóvia e ligamentos, e possibilita avaliação dinâmica em casos de frouxidão ligamentar. No entanto, não é um procedimento livre de complicações, exigindo material especial e de alto custo, e um cirurgião habilitado.
O Prof. Dr. João Luiz Vieira da Silva, por exemplo, teve sua formação em Cirurgia Artroscópica de Pé, Tornozelo, Joelho e Ombro, complementada por estágios na Universidade de Pittsburgh (com Prof. Freddie Fu) e no South California Orthopaedic Institute (SCOI) (com Prof. Dr. Richard Ferkel e Prof. Stephen Snyder).
Patologias Comuns Abordadas por Artroscopia
Uma variedade de lesões pode ser avaliada e tratada via artroscópica na região do tornozelo, incluindo: lesões da articulação, lesões aos tecidos moles, lesões por impacto, artrofibrose, instabilidades, lesões da sindesmose, fraturas, sinovite, corpos livres, tendinopatias, osteófitos, defeitos osteocondrais e artrose.
Múltiplas causas estão envolvidas na origem dessas lesões, sendo que grande parte dos pacientes apresenta história recente ou, mais comumente, pregressa de trauma na região do tornozelo (fraturas maleolares, entorses).
As patologias do tornozelo podem ser divididas em quatro grandes áreas:
- Lesões aos tecidos moles (traumáticas e não-traumáticas);
- Plicas congênitas, sinovites e impacto de partes moles;
- Lesões condrais e osteocondrais (como lesões condrais do tálus, corpos livres, osteófitos);
- Artrose, fraturas, instabilidades e infecções.
Sinovectomia Artroscópica
Realizamos a sinovectomia utilizando shavers de 2,9, 3,0 ou 4,5mm. Debridamos toda a articulação e removemos todo o tecido cicatricial, assim como material fibrótico e as hemorragias sinoviais. Realizamos o desbridamento de condromalácia associada e a retirada de corpos livres após a sinovectomia, o que melhora a visualização.
Artroscopia para Impacto Anterolateral
O compartimento anterolateral é melhor visualizado com o tornozelo em dorsiflexão. Utilizamos shaver, pinça tipo basket e grasper para o desbridamento, removendo o tecido sinovial inflamatório, aderências, tecido capsular e ligamentar, osteófitos e corpos livres.
Artroscopia para Lesão Osteocondral do Tálus (LOT)
Usando o probe, avaliamos o amolecimento da cartilagem e a dimensão do defeito. Reduzimos e fixamos as lesões osteocondrais com osso subcondral em boas condições. O desbridamento deve remover a cartilagem solta (corpos livres), porém, a cartilagem intacta, mas amolecida, deve ser mantida. Nas lesões osteocondrais crônicas firmemente aderidas ao tálus, utilizamos perfurações (drilling), em espaços de 3 a 5 mm e profundidade de 10 mm. Nas lesões descoladas, retiramos os fragmentos e fazemos o drilling do leito remanescente.
Em lesões císticas com superfície de cartilagem intacta, indicamos a curetagem da lesão com enxertia e a manutenção da cartilagem intacta. Sendo assim, em lesões císticas que apresentam também lesão da cartilagem sobrejacente, debridamos toda a área e removemos os corpos livres. Depois, fazemos o drilling e avaliamos a necessidade de enxertia com ou sem cola de fibrina. Outra indicação é a realização de microfraturas. Pacientes com lesões císticas maiores que 7-8 mm podem ser candidatos a técnicas de restauração (transplante autólogo de condrócitos).
Artroscopia para Impacto Ósseo Anterior
A ressecção do osteófito anterior visa readquirir a amplitude normal de movimento entre a tíbia e o tálus (60°). Controlamos a quantidade ressecada com fluoroscopia. Porém, uma visualização mais adequada pode ser necessária através do portal póstero-lateral, tentando prevenir a ressecção demasiada do osteófito.
Artroscopia para Impacto da Sindesmose
Utilizamos shaver de 2,9mm para desbridar os ligamentos tibiofibular anterior inferior e a articulação tibiofibular. Se a lesão da sindesmose causa instabilidade na articulação do tornozelo, devemos realizar a estabilização cirúrgica. Contudo, obtemos o posicionamento correto da articulação tibiofibular inferior e podemos visualizá-lo artroscopicamente antes e após a estabilização com parafusos.
Artroscopia para Impacto Posterior do Tornozelo
Impacto posterior do tornozelo é uma condição patológica que leva a uma restrição dolorosa da flexão plantar da articulação do tornozelo (tibiotalar) devido ao sobrecrescimento de partes moles ou ósseo, ou um centro de ossificação acessório. Pode haver associação com impacto anterolateral e lesões da sindesmose.
A causa mais comum de impacto posterior do tornozelo é a presença dos trigonum (osso acessório formado devido à falha na fusão entre o corpo e tubérculo lateral do tálus). Alguns pacientes podem apresentar o tubérculo lateral mais alongado, conhecido como “processo de Stieda”. Porém, a superfície articular posterior da tíbia e a tuberosidade calcânea também estão envolvidas no impacto posterior. Adicionalmente, tecidos moles, como a cápsula articular e o ligamento talofibular posterior podem lesionar durante o movimento de flexão plantar e piorar o impacto.
Artroscopia para Artrose do Tornozelo
Durante a artroscopia para artrose, verificamos e tratamos várias lesões. Realizamos sinovectomia, desbridamento e retirada de corpos livres, conforme citado anteriormente. A abrasão do osso subcondral exposto e o restabelecimento dos canais de vascularização e formação de fibrocartilagem podem trazer benefícios. O desbridamento artroscópico na artrose de tornozelo é um procedimento paliativo, que visa alívio temporário da dor em pacientes que ainda apresentam alguma amplitude de movimento. Sendo assim, se houver indicação para artrodese via artroscópica, removemos toda a superfície articular do pilão tibial, domo talar e superfícies talomaleolares medial e lateral (cruentizadas) com shaver e curetas até a exposição de osso esponjoso viável. Tomamos os devidos cuidados para evitar retirada excessiva de cartilagem e osso subcondral, que podem criar deformidades em varo ou valgo. Deformidades angulares prévias podem ser corrigidas artroscopicamente ou via aberta.
Ressecamos o osteófito anterior para possibilitar a redução do domo talar na articulação do tornozelo. Após preparar a área a ser artrodesada, inserimos dois guias canulados para o drill, um lateralmente através do maléolo lateral e um medialmente, através do maléolo medial. Porém, a angulação dos guias canulados será de 30° inferior e 30° anterior, partindo dos maléolos. Utilizamos fluoroscopia para verificar a posição correta da artrodese. No plano sagital, desejamos a posição neutra de dorsiflexão e flexão plantar do tornozelo e no plano coronal o calcâneo deve estar em 5° de valgo. Finalmente, utilizando parafusos canulados de 6,5mm através do guia, concluímos a artrodese.
Hálux Rígido
O hálux rígido é uma patologia que afeta a articulação metatarsofalangeana do hálux, promovendo uma alteração degenerativa que leva à perda progressiva da mobilidade articular. Sua etiologia ainda não está totalmente definida, porém, pode estar relacionada a episódios de trauma, mas também pode estar associada a um primeiro metatarso elevado (verticalizado).
Os principais sinais e sintomas clínicos são dores na articulação metatarsofalangeana, perda progressiva da mobilidade e incapacidade ou dificuldade para usar salto, além de uma saliência dorsal. Existem vários níveis de gravidade, e o tratamento se baseia no aspecto clínico e radiográfico. Além disso, indicamos o tratamento conservador nos casos mais leves e em indivíduos com pouca perda da qualidade de vida. O tratamento cirúrgico pode variar de uma queilectomia (limpeza articular) aberta ou artroscópica as cirurgias mais complexas como osteotomias e artrodese (fusão articular).









